segunda-feira, 20 de maio de 2013

Entrevista: PETHALLIAN



Pra você que curte o som mais pesado das guitarras distorcidas do Heavy Metal, com letras que nos levam de volta ao século XVIII e IXX, essa banda é a sua cara, com letras que ligam o passado e o presente, trazendo Jack - O Estripador de volta a vida, a Banda Pethalian é nossa banda entrevistada de hoje, a banda de Tatuí interior de São Paulo traz uma sonoridade que tem como base a raiz do Heavy Metal, com temas muito bem elaborados, suas músicas são uma verdadeira máquina do tempo, contando histórias de um cenário Londrino alá Sherlock Homes; não que este seja o único tema que a banda aborde, mas com certeza está entre os preferidos pelos compositores da banda: Marcos e Fernando, a proposta da banda é fazer um som sincero e sem fazer aquele “Heavy Metal Módinha” de metaleiro de fim de semana, se você nunca ouviu um Heavy Metal tradicional, do final dos anos 70, começo dos anos 80, eis a salvação para seus ouvidos. Senhoras e Senhores, com vocês PETHALLIAN.

Total Tone: Olá galera do PETHALLIAN, sejam bem vindos ao Blog Total Tone, em primeiro lugar eu gostaria de saber um pouco mais sobre a banda, da onde veio, pra onde vai, como surgiu o PETHALLIAN?

PETHALLIAN: O Pethalian nasceu no final de 2009 e praticamente nasceu das cinzas da banda Pethallon, que foi uma banda em que na época, final dos anos 90, começou a ter uma repercussão na cena do Gotic Metal, mas a nossa proposta atual é esquecer completamente o rótulo Gotic e cair de cabeça no Heavy Metal raiz, que é o que estamos fazendo agora.

Total Tone: E a formação tem sido a mesma desde o início da banda, ou algum dos membros é novo na banda?

PETHALLIAN: Teve algumas alterações, do ensaio que você acabou de assistir o membro novo é o baterista, Willian Rochel, que era baterista do Simptomen, ouve uma troca de baterista ai, e no momento nós estamos precisando de uma segunda guitarra porque as músicas foram gravadas com duas e isso atrapalha um pouco a questão de harmonização.

Hoje a banda PETHALLIAN é formada por Marcos Riva no vocal, acompanhado por Ellà Néll, Humberto Masçau no Contra Baixo, Willian Rochel na Bateria e Fernando Almeida na guitarra.

Total Tone: E as músicas da banda, vocês mesmo compoem, vocês tocam cover's ou acabam misturando tudo nos shows?

PETHALLIAN: Como em todo show de Metal, a galera curte os cover's, então fazemos uma mistura das nossas músicas com músicas cover's dentro do nosso estilo.

Total Tone: E as composições do PETHALLIAN, quem escreve a maioria delas?

PETHALLIAN: As letras são escritas pelo Marcos Riva e as melodias, a maior parte o Fernando Almeida, as linhas vocais as vezes Marcos Riva, as vezes Fernando Almeida, em geral o Fernando Almeida já traz a melodia bem estruturada, mas sem a letra, as vezes com a linha vocal, as vezes sem, ai o Marcos Riva complementa com a letra.



Total Tone: Fernando, quando funciona seu processo de composição? Alguns guitarristas começam compor a melodia a partir de um riff, outros criam as composições em torno de uma base e vem complementando com riffs e por último um solo, como você faz?

Fernando Almeida: Depende, as vezes “vem” um riff e já sai a melodia de um refrão, as vezes “vem” a base, cada música nasce de um jeito.


Total Tone: Ellà Néll, você entrou na banda logo no começo, veio ainda da época do Pethallon, ou entrou mais recentemente na banda?

Ellà Néll: Eu entrei no PETHALLIAN desde o começo, na época do Pethallon eu apenas acompanhava a banda, mas como fã.

Total Tone: Humberto, sobre as linhas do contra baixo, ela chega pronta para você, nas composições criadas pelo Fernando, ou você constrói as linhas do contra baixo?

Humberto Masçau: O Fernando traz as linhas de guitarra e eu crio em cima das linhas de guitarra dele.

Total Tone: A maioria dos baixistas costumam seguir a linha do pedal de bumbo para criar suas linhas de baixo, assim criam uma ponte entra a bateria e as guitarras, você não, existe alguma razão especial para isso?

Humberto Masçau: Não tem uma razão especial, é meu feeling, tem horas que a música pede isso, tem horas que não, eu não sou um baixista muito técnico, eu crio o que eu acho que soa legal, se banda concordar com o que sair, fica na música.

Total Tone: Quais são suas influências, o que você escuta e que você tenta puxar pra banda?

Humberto Masçau: As minhas referências desde moleque são Sepultura, Metalica, Antrax e etc.

Total Tone: Você costuma usar efeitos no contra baixo?

Humberto Masçau: Não, eu gosto do som do baixo cru mesmo.



Total Tone: Fernando, como que monta o timbre de sua guitarra? Por exemplo, como você monta o timbre de seus solos?

Fernando de Almeida: Costumo usar o overdrive, quase sempre é o mesmo que uso para, mas adiciono mais reverb.

Total Tone: E você quando está compondo, você já pensa no efeito da guitarra durante o processo de composição, ou voc^costuma compor com o som limpo e vem produzindo os efeitos e testando o que funciona melhor?

Fernando de Almeida: Eu costumo compor com a guitarra desligada, ou com um amplificador pequeno e com o som limpo, depois venho produzindo a guitarra em cima do que eu compus.

Total Tone: Hoje você usou uma Les Paul, você sempre usa esse tipo de shape, já usou outros, como você escolhe a guitarra pra usar na banda?

Fernando Almeida: Eu tenho uma Jackson também, Fly in V, com captação EMG ativo, a pouco tempo comecei a usar a Les Paul.

Total Tone: E qual timbre é mais a cara do PETHALLIAN? Fly in V ou Les Paul?

Fernando Almeida: Não tenho uma preferência de timbre, como os captadores da Fly in V são ativos, ela fica com um timbre próximo da Les Paul, não tenho uma guitarra preferida não.



Total Tone: Humberto, seu contra baixo é ativo e passivo, como você prefere usar? Qual o timbre de baixo do PETHALLIAN?

Humberto Masçau: Eu costumo usar o ativo, com o som mais gordo e bem encorpado, pra gerar mais peso na banda.

Total Tone: Marcos, quando você esta compondo a letra da música, você escuta a melodia e fica pensando o que aquele som te lembra ou você já tem uma ideia pronta, como surge a letra em cima de uma melodia que o Fernando já criou?


Marcos Riva: Olha, quanto a letra, geralmente eu já tenho vários temas guardados aqui na mente pra eu poder usar, como se fosse um arquivo, que eu acho que encaixa com determinado tema (melodia), mas com relação as composições melódicas, eu e o Fernando já tocamos a muito tempo junto, então um já sabe como o outro funciona, fica uma coisa muito fácil quando chega com todo o instrumental pronto.
Total Tone: Ellà Néll, quando você entrou na banda, e começou a cantar com o Marcos Riva, que tem um timbre de voz grave, que as melodias do Fernando Almeida que também cria melodias de tom mais graves, como você fez para entrar com a sua voz ali no meio da banda?

Ellà Néll: Olha, eu sofro pra entrar com a minha voz ali no meio, o Iago que sabe na hora de gravar.

Marcos Riva: Ainda mais agora que eu estou pressionando ela, pra ela ter um vocal mais agressivo, então ela sofre mais ainda comigo agora.


Ellà Néll: É rsrsrs, eu costumo acompanhar o timbre dos instrumentos, se eles estão graves eu acompanho, se agudo também, para mim era difícil fazer as melodias mais graves, e eu não conseguia encontrar um meio ali para a minha voz ficar legal, até que eu comecei a jogar os agudos, chegando nas oitavas ideais, e mesmo assim é trabalhoso encontrar a afinação.

Marcos Riva: E nesse segundo trabalho nosso que nós estamos lançando, que é um split CD, que está saindo pelo selo Português Metal Soldiers, junto com o Symptomen e uma banda de metal de Portugal chamada Stone Rush, a tônica da concentração do trabalho foi essa, pegar o vocal da Ellà Néll e fazer soar agressivo, porque a música do PETHALLIAN esta cada vez mais agressiva, dentro do padrão do Heavy Metal tradicional, o timbre está pesado porque estamos usando uma afinação baixa, então necessitava que tanto eu, quanto ela, começassemos a soar mais agressivo no vocal, até mesmo pra gente fugir de vez do rótulo Ghotic Metal.

Total Tone: E como que está o PETHALLIAN hoje, com relação a CD, estrutura, shows e etc? E quais os planos para o PETHALLIAN, até o final do ano, começo do ano de 2014?

PETHALLIAN: Bem, como você agora está morando aqui e está vendo, a cena musical de Tatuí é meio morta, espero que mude, já tivemos esperanças de crescimento, principalmente com a banda anterior, mas tivemos tantas decepções ao longo do caminho, tanto com integrantes, quanto com estrutura que ultimamente andamos humilde de mais até com relação a planos e objetivos, mas se as coisas começarem a acontecer, claro que queremos crescer, seria bem vindo, mas sem perder as raízes, agora que a gente encontrou a gente não vai abrir mão disso.

Total Tone: mas vocês tem pretensão de buscar show pra fora do interior, no centro de São Paul opor exemplo?

PETHALLIAN: Tem uma coisa que limita e muito as bandas, que é a realidade econômica, a maioria tem empregos, que tomam conta de todo o dia e fica difícil sair de uma determinada região, por uma questão de tempo, mas o que estiver dentro de nosso alcance faremos sim, estamos apenas aguardando a oportunidade.


Total Tone: E pra quem produz shows de Metal, ou outra pessoa que queira contratar o show da banda, como faz pra encontrar o PETHALLIAN?

PETHALLIAN: Bom, o acesso básico tem sido o Facebook ou o Facebook dos integrantes:





Total Tone: Fora o PETHALLIAN, vocês tem outra banda, ou outra atividade ligada a música?

PETHALLIAN: O Marcos Riva gosta muito de escrever, tem planos de lançar um livro, nada certo ainda, mas tem uma página na revista Road Crew todo mês falando de horror e ocultismos no heavy metal e o Fernando trabalha em outra banda também o Withlast.

Total Tone: A gente vive em um país que qualquer coisa mau composta vira sucesso, como é pra vocês, que passam muito tempo produzindo as músicas, para ter algo de qualidade, vocês veem futuro no Brasil, ou fazem como outras bandas de metal e procuram um público fora do país?

PETHALLIAN: Olha, eu acho que está mais fácil entregar o Brasil para os funkeiros e ir embora daqui, é que não temos condições, antigamente a gente idealizava e imaginava ter uma banda pra conseguir chegar a algum lugar, hoje em dia, parece que a meta é sobreviver na cena, manter a banda, com o nome, as pessoas (integrantes), ensaiando, gravando, isso virou a meta, isso antes era a base, e por quê? Porque a cultura do Brasil é triste, a gente se envergonha com o estado que está a cultura do Brasil, o brasileiro que consome música como funk, sertanejo e pagode, mostra sua incapacidade de compreender a si mesmo e ao mundo, é uma vergonha.



Total Tone: Existe um projeto no Congresso, de que música se torne uma matéria obrigatória nas escolas no Brasil, você acha que aprendendo música, entendendo o que é música de qualidade, isso possa mudar?

PETHALLIAN: Só esse fator isolado não irá fazer com que melhore, vai criar mais bandas na cena, mas a iniciativa é válida, música é algo que deveria estar no curriculum escolar, assim como o inglês que nunca foi valorizado e hoje nós sentimos falta de uma boa educação no inglês.

Total Tone: Galera, eu agradeço muito pela entrevista, agradeço ao Iago por ter deixado a gente usar o estúdio, e eu queria que vocês deixassem um recado pra quem está lendo esta matéria:

PETHALLIAN: Nosso recado é, se você tem banda, não desista da banda, mas não crie castelo de sonhos, porque o conário está ruim, nó continuamos a acreditar, quem gosta de ter banda, sempre tem na adversidade ou não, nós somos teimosos, a gente vai acabar morrendo fazendo isso, esperamos que o nosso trabalho renda algum fruto.

Total Tone: É, se não render pra gente, que renda para as próximas gerações, porque hoje estamos lutando por eles! Muito obrigado mesmo pessoal.

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