Pra você que curte o som
mais pesado das guitarras distorcidas do Heavy Metal, com letras que
nos levam de volta ao século XVIII e IXX, essa banda é a sua cara,
com letras que ligam o passado e o presente, trazendo Jack - O
Estripador de volta a vida, a Banda Pethalian é nossa banda
entrevistada de hoje, a banda de Tatuí interior de São Paulo traz
uma sonoridade que tem como base a raiz do Heavy Metal, com temas
muito bem elaborados, suas músicas são uma verdadeira máquina do
tempo, contando histórias de um cenário Londrino alá Sherlock
Homes; não que este seja o único tema que a banda aborde, mas com
certeza está entre os preferidos pelos compositores da banda: Marcos
e Fernando, a proposta da banda é fazer um som sincero e sem fazer
aquele “Heavy Metal Módinha” de metaleiro de fim de semana, se
você nunca ouviu um Heavy Metal tradicional, do final dos anos 70,
começo dos anos 80, eis a salvação para seus ouvidos. Senhoras e
Senhores, com vocês PETHALLIAN.
Total Tone: Olá galera do
PETHALLIAN, sejam bem vindos ao Blog Total Tone, em primeiro lugar eu
gostaria de saber um pouco mais sobre a banda, da onde veio, pra onde
vai, como surgiu o PETHALLIAN?
PETHALLIAN: O Pethalian
nasceu no final de 2009 e praticamente nasceu das cinzas da banda
Pethallon, que foi uma banda em que na época, final dos anos 90,
começou a ter uma repercussão na cena do Gotic Metal, mas a nossa
proposta atual é esquecer completamente o rótulo Gotic e cair de
cabeça no Heavy Metal raiz, que é o que estamos fazendo agora.
Total Tone: E a formação
tem sido a mesma desde o início da banda, ou algum dos membros é
novo na banda?
PETHALLIAN: Teve algumas
alterações, do ensaio que você acabou de assistir o membro novo é
o baterista, Willian Rochel, que era baterista do Simptomen, ouve uma
troca de baterista ai, e no momento nós estamos precisando de uma
segunda guitarra porque as músicas foram gravadas com duas e isso
atrapalha um pouco a questão de harmonização.
Hoje a banda PETHALLIAN é
formada por Marcos Riva no vocal, acompanhado por Ellà Néll,
Humberto Masçau no Contra Baixo, Willian Rochel na Bateria e
Fernando Almeida na guitarra.
Total Tone: E as músicas da
banda, vocês mesmo compoem, vocês tocam cover's ou acabam
misturando tudo nos shows?
PETHALLIAN: Como em todo
show de Metal, a galera curte os cover's, então fazemos uma mistura
das nossas músicas com músicas cover's dentro do nosso estilo.
Total Tone: E as composições
do PETHALLIAN, quem escreve a maioria delas?
PETHALLIAN: As letras são
escritas pelo Marcos Riva e as melodias, a maior parte o Fernando Almeida, as linhas vocais as vezes Marcos Riva, as vezes Fernando Almeida, em geral o Fernando Almeida já traz a melodia bem
estruturada, mas sem a letra, as vezes com a linha vocal, as vezes
sem, ai o Marcos Riva complementa com a letra.
Total Tone: Fernando, quando
funciona seu processo de composição? Alguns guitarristas começam
compor a melodia a partir de um riff, outros criam as composições
em torno de uma base e vem complementando com riffs e por último um
solo, como você faz?
Fernando Almeida:
Depende, as vezes “vem” um riff e já sai a melodia de um refrão,
as vezes “vem” a base, cada música nasce de um jeito.
Total Tone: Ellà Néll,
você entrou na banda logo no começo, veio ainda da época do
Pethallon, ou entrou mais recentemente na banda?
Ellà Néll: Eu entrei no
PETHALLIAN desde o começo, na época do Pethallon eu apenas
acompanhava a banda, mas como fã.
Total Tone: Humberto, sobre
as linhas do contra baixo, ela chega pronta para você, nas
composições criadas pelo Fernando, ou você constrói as linhas do
contra baixo?
Humberto Masçau: O Fernando
traz as linhas de guitarra e eu crio em cima das linhas de guitarra
dele.
Total Tone: A maioria dos
baixistas costumam seguir a linha do pedal de bumbo para criar suas
linhas de baixo, assim criam uma ponte entra a bateria e as
guitarras, você não, existe alguma razão especial para isso?
Humberto Masçau: Não tem
uma razão especial, é meu feeling, tem horas que a música pede
isso, tem horas que não, eu não sou um baixista muito técnico, eu
crio o que eu acho que soa legal, se banda concordar com o que sair,
fica na música.
Total Tone: Quais são suas
influências, o que você escuta e que você tenta puxar pra banda?
Humberto Masçau: As minhas
referências desde moleque são Sepultura, Metalica, Antrax e etc.
Total Tone: Você costuma
usar efeitos no contra baixo?
Humberto Masçau: Não, eu
gosto do som do baixo cru mesmo.
Total Tone: Fernando, como
que monta o timbre de sua guitarra? Por exemplo, como você monta o
timbre de seus solos?
Fernando de Almeida: Costumo
usar o overdrive, quase sempre é o mesmo que uso para, mas adiciono
mais reverb.
Total Tone: E você quando
está compondo, você já pensa no efeito da guitarra durante o
processo de composição, ou voc^costuma compor com o som limpo e vem
produzindo os efeitos e testando o que funciona melhor?
Fernando de Almeida: Eu
costumo compor com a guitarra desligada, ou com um amplificador
pequeno e com o som limpo, depois venho produzindo a guitarra em cima
do que eu compus.
Total Tone: Hoje você usou
uma Les Paul, você sempre usa esse tipo de shape, já usou outros,
como você escolhe a guitarra pra usar na banda?
Fernando Almeida: Eu tenho
uma Jackson também, Fly in V, com captação EMG ativo, a pouco
tempo comecei a usar a Les Paul.
Total Tone: E qual timbre é
mais a cara do PETHALLIAN? Fly in V ou Les Paul?
Fernando Almeida: Não tenho
uma preferência de timbre, como os captadores da Fly in V são
ativos, ela fica com um timbre próximo da Les Paul, não tenho uma
guitarra preferida não.
Total Tone: Humberto, seu
contra baixo é ativo e passivo, como você prefere usar? Qual o
timbre de baixo do PETHALLIAN?
Humberto Masçau: Eu costumo
usar o ativo, com o som mais gordo e bem encorpado, pra gerar mais
peso na banda.
Total Tone: Marcos, quando
você esta compondo a letra da música, você escuta a melodia e fica
pensando o que aquele som te lembra ou você já tem uma ideia
pronta, como surge a letra em cima de uma melodia que o Fernando já
criou?
Marcos Riva: Olha, quanto a
letra, geralmente eu já tenho vários temas guardados aqui na mente
pra eu poder usar, como se fosse um arquivo, que eu acho que encaixa
com determinado tema (melodia), mas com relação as composições
melódicas, eu e o Fernando já tocamos a muito tempo junto, então
um já sabe como o outro funciona, fica uma coisa muito fácil quando
chega com todo o instrumental pronto.
Total Tone: Ellà Néll,
quando você entrou na banda, e começou a cantar com o Marcos Riva,
que tem um timbre de voz grave, que as melodias do Fernando Almeida
que também cria melodias de tom mais graves, como você fez para
entrar com a sua voz ali no meio da banda?
Ellà Néll: Olha, eu sofro
pra entrar com a minha voz ali no meio, o Iago que sabe na hora de
gravar.
Marcos Riva: Ainda mais
agora que eu estou pressionando ela, pra ela ter um vocal mais
agressivo, então ela sofre mais ainda comigo agora.
Ellà Néll: É rsrsrs, eu
costumo acompanhar o timbre dos instrumentos, se eles estão graves
eu acompanho, se agudo também, para mim era difícil fazer as
melodias mais graves, e eu não conseguia encontrar um meio ali para
a minha voz ficar legal, até que eu comecei a jogar os agudos,
chegando nas oitavas ideais, e mesmo assim é trabalhoso encontrar a
afinação.
Marcos Riva: E nesse segundo
trabalho nosso que nós estamos lançando, que é um split CD, que
está saindo pelo selo Português Metal Soldiers, junto com o
Symptomen e uma banda de metal de Portugal chamada Stone Rush, a
tônica da concentração do trabalho foi essa, pegar o vocal da Ellà
Néll e fazer soar agressivo, porque a música do PETHALLIAN esta
cada vez mais agressiva, dentro do padrão do Heavy Metal
tradicional, o timbre está pesado porque estamos usando uma afinação
baixa, então necessitava que tanto eu, quanto ela, começassemos a
soar mais agressivo no vocal, até mesmo pra gente fugir de vez do
rótulo Ghotic Metal.
Total Tone: E como que está
o PETHALLIAN hoje, com relação a CD, estrutura, shows e etc? E
quais os planos para o PETHALLIAN, até o final do ano, começo do
ano de 2014?
PETHALLIAN: Bem, como você
agora está morando aqui e está vendo, a cena musical de Tatuí é
meio morta, espero que mude, já tivemos esperanças de crescimento,
principalmente com a banda anterior, mas tivemos tantas decepções
ao longo do caminho, tanto com integrantes, quanto com estrutura que
ultimamente andamos humilde de mais até com relação a planos e
objetivos, mas se as coisas começarem a acontecer, claro que
queremos crescer, seria bem vindo, mas sem perder as raízes, agora
que a gente encontrou a gente não vai abrir mão disso.
Total Tone: mas vocês tem
pretensão de buscar show pra fora do interior, no centro de São
Paul opor exemplo?
PETHALLIAN: Tem uma coisa
que limita e muito as bandas, que é a realidade econômica, a
maioria tem empregos, que tomam conta de todo o dia e fica difícil
sair de uma determinada região, por uma questão de tempo, mas o que
estiver dentro de nosso alcance faremos sim, estamos apenas
aguardando a oportunidade.
Total Tone: E pra quem
produz shows de Metal, ou outra pessoa que queira contratar o show da
banda, como faz pra encontrar o PETHALLIAN?
PETHALLIAN: Bom, o acesso
básico tem sido o Facebook ou o Facebook dos integrantes:
Total Tone: Fora o
PETHALLIAN, vocês tem outra banda, ou outra atividade ligada a
música?
PETHALLIAN: O Marcos Riva
gosta muito de escrever, tem planos de lançar um livro, nada certo
ainda, mas tem uma página na revista Road Crew todo mês falando de
horror e ocultismos no heavy metal e o Fernando trabalha em outra
banda também o Withlast.
Total Tone: A gente vive em
um país que qualquer coisa mau composta vira sucesso, como é pra
vocês, que passam muito tempo produzindo as músicas, para ter algo
de qualidade, vocês veem futuro no Brasil, ou fazem como outras
bandas de metal e procuram um público fora do país?
PETHALLIAN: Olha, eu acho
que está mais fácil entregar o Brasil para os funkeiros e ir embora
daqui, é que não temos condições, antigamente a gente idealizava
e imaginava ter uma banda pra conseguir chegar a algum lugar, hoje em
dia, parece que a meta é sobreviver na cena, manter a banda, com o
nome, as pessoas (integrantes), ensaiando, gravando, isso virou a
meta, isso antes era a base, e por quê? Porque a cultura do Brasil é
triste, a gente se envergonha com o estado que está a cultura do
Brasil, o brasileiro que consome música como funk, sertanejo e
pagode, mostra sua incapacidade de compreender a si mesmo e ao mundo,
é uma vergonha.
Total Tone: Existe um
projeto no Congresso, de que música se torne uma matéria
obrigatória nas escolas no Brasil, você acha que aprendendo música,
entendendo o que é música de qualidade, isso possa mudar?
PETHALLIAN: Só esse fator
isolado não irá fazer com que melhore, vai criar mais bandas na
cena, mas a iniciativa é válida, música é algo que deveria estar
no curriculum escolar, assim como o inglês que nunca foi valorizado
e hoje nós sentimos falta de uma boa educação no inglês.
Total Tone: Galera, eu
agradeço muito pela entrevista, agradeço ao Iago por ter deixado a
gente usar o estúdio, e eu queria que vocês deixassem um recado pra
quem está lendo esta matéria:
PETHALLIAN: Nosso recado é,
se você tem banda, não desista da banda, mas não crie castelo de
sonhos, porque o conário está ruim, nó continuamos a acreditar,
quem gosta de ter banda, sempre tem na adversidade ou não, nós
somos teimosos, a gente vai acabar morrendo fazendo isso, esperamos
que o nosso trabalho renda algum fruto.
Total Tone: É, se não
render pra gente, que renda para as próximas gerações, porque hoje
estamos lutando por eles! Muito obrigado mesmo pessoal.
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