domingo, 2 de junho de 2013

Entrevista: JON NETO



Unir técnica ao feeling é umas das tarefas mais difíceis que um músico deve fazer ao compor uma música, músicos com muita técnica e nenhum feeling, soam robóticos, sem vida, alguns guitarristas são extremamente rápidos, porém deixa a musicalidade de lado e criam música para músicos, você até gosta do que esta escutando, devido a complexidade de se criar aquilo que se esta ouvindo, mas não é o som que você ouviria em uma festa com os amigos por exemplo, no entanto, músicos com muito feeling e sem nenhuma técnica, não conseguem compor grandes obras, uma vez que sem o conhecimento não há como fazer algo realmente bom, alguns músicos, músicos diferenciados conseguem unir os dois mundos, técnica e feeling, este é o caso de Jon Neto, que é o entrevistado de hoje aqui no Blog Total Tone – senhoras e senhores: JON NETO.

Total Tone: Jon muito obrigado por participar deste projeto, é muito bom para nós aqui da Total Tone mostrar músicos de qualidade como a sua aqui no Blog, diz pra gente, como a música surgiu na sua vida?

Jon Neto: Infelizmente a tradição musical não faz parte da história da minha família, ela começou comigo no ano de 1993 quando amigos me mostraram uns vinis dos Beatles, achei o som fantástico, naquele momento decidi aprender violão, a guitarra surgiu quando conheci AC-DC. Não deu pra segurar o impulso de tocar.

Total Tone: Você toca diversos estilos e toca todos muito bem, qual a sua rotina de estudos, para se manter sempre no ritmo?

Jon Neto: Eu já estudei muito, principalmente nos anos 90, até meados de 2003, mas nunca foi o tipo de estudo enfadonho, cheio de exercícios. Eu simplesmente tocava porque amava tocar, tirava musicas, tocava junto, tentava improvisar. Eu era aficionado por qualquer instrumento de cordas solando. O estudo teórico surgiu como necessidade e curiosidade de aprender mais sobre a guitarra. Desde então não tenho rotina de estudos, eu pratico somente quando tenho que gravar e quando tenho gigs.

Total Tone: Alguns guitarristas tem modelos de escalas preferidos, você tem algum? Qual?

Jon Neto: Não tenho. O que tenho são alguns vícios que procuro eliminar sempre quando estou por gravar um trabalho novo. Como faço isso? Eu esqueço a guitarra por pelo menos seis meses, não pego nela, com isso eu elimino o que tenho como vício, e só então começo a produção de um trabalho novo.

Total Tone: Qual o seu equipamento de palco hoje?

Jon Neto: Eu curto pedais de efeito, principalmente phaser e chorus, curto também o Wah Wah. Não tenho o costume de usar delay e reverb, e drive só de amp, pedais de drive são, de certa forma ‘mentirosos’, os harmônicos são ‘falsos’ demais pro meu gosto. Então o que uso é: Amplificador valvulado da Alien Tube Amps, o EVOLUTION, pedais phaser e chorus, wah e um afinador. E dependendo a gig uso só o Amp.

Total Tone: Você tem três músicas de autoria própria lançadas no sound cloud, que podem ser ouvidas e baixadas através de seu site, quando ouviremos mais autorias de Jon Neto?

Jon Neto: Na verdade eu tenho 2 Cd’s gravados, que estão disponíveis pra download no meu site. Eu postei apenas algumas musicas no Sound Cloud. Atualmente estou em processo de produção do meu terceiro Cd instrumental (os seis meses sem pegar na guita já passaram). Creio que estará pronto até setembro de 2013.

Total Tone: A música Formiguinhas é bem legal, pelos efeitos criados pelo estéreo e tudo mais, como nasceu essa música?

Jon Neto: Eu tenho um processo de composição diferente, não sento e penso: ‘o que vou usar?’ ou ‘como posso fazer essa música?’, minhas musicas nascem assim: eu simplesmente pego a guitarra e toco! A musica está pronta na minha cabeça, eu só passo pro instrumento, no caso de formiguinhas não foi diferente, lembro como foi, eu estava chegando em casa e tive com aquele som na cabeça, eram cerca de 14hs, pluguei a guita e toquei, em 10 minutos ela estava gravada, mostrei pro meu irmão (Helio Ribeiro) que foi o baterista do primeiro Cd, em seguida ele gravou a bateria e pronto. Essa foi a ‘produção’ de formiguinhas. Lógico que depois que tinha todas as musicas do álbum ‘Jon Neto 2006’ formiguinhas foi devidamente regravada, mas tal qual a pré produção.



Total Tone: Como você cria os seus timbres de guitarra? Qual o som que você busca obter com uma pedaleira nos pés?

Jon Neto: Eu não tenho nem nunca tive por base um som específico de um guitarrista que eu curta. Procuro encurtar o caminho, gosto de um som cru, com pouco drive, com muitos harmônicos e dinâmico. Mesmo porque o timbre não vem de um pedalboard ou de um amp, tampouco de uma guitarra. O timbre característico de um bom músico vem de suas mãos, vem de conseguir fazer do instrumento uma extensão de seu corpo, de conseguir passar pro instrumento seu caráter e personalidade. Penso assim com relação ao resultado final do trabalho, da produção de uma musica ou de um álbum. Como toco musica instrumental não gosto de muita compressão, nem de um som muito ‘grande’, isso acaba limitando a dinâmica, achatando a bateria, os solos.

Total Tone: Você além de músico profissional também é professor, para quem quiser ter aulas com você, como faz para te contatar?

Jon Neto: Atualmente estou impossibilitado de dar aulas online, recentemente mudei de endereço e ainda não há suporte pra internet. Mas logo esse problema será sanado. Quem quiser aula presencial para Passo Fundo e região, basta enviar email para: jonneto@jonneto.com


Total Tone: Você faz Work Shop em escolas pelo Brasil afora, eventos, ou outras coisas do gênero? Se sim, como devemos fazer para entrar em contato com você para este fim?

Jon Neto: Faço sim, o caminho mais curto pra entrar em contato comigo é pelo meu site, www.jonneto.com, atreves do email: jonneto@jonneto.com

Total Tone: Em quais projetos você está envolvido hoje?

Jon Neto: Fora minha carreira solo, sou guitarrista da banda Jimmy Dog, a banda também está em processo de gravação do segundo Cd.

Total Tone: Tem alguma surpresa para o público até o fim do ano? Quais são os seus projetos para o fim do ano, começo de 2014?

Jon Neto: Pretendo ter em mãos meu terceiro Cd até setembro.

Total Tone: Na sua opinião, o que falta para a música de qualidade ser valorizada no Brasil?

Jon Neto: Falta um público de qualidade. A sociedade brasileira como um todo está á beira da vileza cultural. Nunca na história o que é vil, miserável e ordinário foi tão valorizado pela massa, incutido sim pela mídia e pela supressão de valores e bons costumes. Pode-se melhorar isso a longo prazo, se a música virar matéria obrigatória nas escolas. E isso somente funcionará se a família voltar a ser valorizada, pois a formação de um bom caráter se dá em casa, na família, e não na escola. Somente uma pessoa de bom caráter e bons costumes, instruído de forma musical correta poderá, no futuro, mudar a realidade musical no Brasil.

Total Tone: Você é endorse de alguma empresa? Qual?

Jon Neto: Sim, sou endorsee da Tagima, Alien Tube Amps, Tesla Pickups, GOTOH, F!RE Custom Shop, Solez, Groove, Palhetas Ferez e Basso Straps.

Total Tone: Para quem quiser seguir o seu trabalho e se manter atualizado com os seus lançamentos, como deve fazer, onde deve acessar?

Jon Neto: O caminho mais curto, meu site; wwww.jonneto.com

Total Tone: Jon muito obrigado por participar aqui do nosso Blog, espero que você tenha gostado de participar desta rápida entrevista, gostaria que você deixasse uma dica pra quem quiser ser músico profissional no Brasil, ainda mais com a população tão culturalmente atrasada que temos e que não sabe valorizar uma música bem Harmonizada, Orchestrada e Composta.

Jon Neto: Eu agradeço imensamente o pessoal do Blog, muito obrigado pela atenção e pelo espaço. Minha dica pra quem quer ser musico profissional no Brasil é: dedique-se, instrua-se, doe-se pelo que você acredita, doe-se pelo seu trabalho. Seja sincero na sua musica, seja sincero com você mesmo. Não busque o sucesso, ele é consequência de um bom trabalho e não o motivo do labor. Essa inversão é perigosa, o ‘artista’ pode até encher o bolso, mas vai encher o bolso enchendo o ouvido do outro de merda! Empobrecendo ainda mais a intelectualidade (ou falta dela) musical do povo brasileiro.

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